Precisamos sempre orar ao Pai para que Ele nos ajude a afastar toda e qualquer vontade própria do nosso coração para que não façamos algo com a falsa ‘sensação’ de ser para Sua glória quando na verdade nossa carne quer apenas satisfazer nosso ego com aprovação e auto promoção. Toda obra de justiça que praticamos não é para ter a intenção de mostrar aos outros o quanto somos usados. Jesus foi tentado pelo diabo justamente em sua identidade de Filho amado em quem o Pai tem prazer (Mc 1:11). O tentador usando as Escrituras pediu para Jesus transformar a pedra em pão, se jogar do alto do templo e se prostrar aos seus pés e adorá-lo. Fazendo isso provaria ao diabo se realmente ele era filho ou não. Jesus sabia quem Ele era diante do Pai. Estava convicto de sua identidade de filho. Não cedeu a sedução que o mundo lhe proporcionaria (Lc 4:1-13). Não precisava provar nada. Somos tentados constantemente em sermos bem vistos pelos demais, aplaudidos e até mesmo com a intenção de sermos convidados para pregar nos púlpitos com a expectativa de receber ofertas.  Temos que testemunhar os feitos de Deus no mundo, não nossas obras.

“Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial” – Mateus 6:1

A bíblia nos ensina que depois de ser batizado por João Batista no Jordão, Jesus foi cheio do Espírito Santo levado pelo Espírito ao deserto e voltou no poder do Espírito (Lc 4:1-14). Durante quarenta dias foi tentado pelo Diabo e no final teve fome porque não comeu nada. Depois de terminado as tentações, o Diabo o deixou até ocasião oportuna (Lc4:13). É importante sabermos como iniciaremos no ministério, porém é mais importante ainda como iremos terminar e sair das provações. O Pai é tão justo que não nos dá aquilo que não podemos suportar (1 Cor 10:13). Ele concede mais do Seu poder na medida que nosso caráter consegue carregar para nos fazer crescer em graça, estatura (maturidade) e sabedoria diante de Deus e  dos homens (Lc 2:52).

“Quando a popularidade é maior que a maturidade substituímos a integridade pela imagem” Charles Swindoll. Jesus não queria ser popular e muito menos fazia as coisas para ser popular. Tudo que Jesus fazia não era para ser aplaudido pelos homens, mas para que o Pai fosse glorificado através da sua vida (Jo 14:14). Durante as Festas das Cabanas os próprios irmãos de Jesus o incitaram dizendo para mostrar aos seus discípulos e ao mundo as obras que realizava para ser reconhecido publicamente (João 7:1-5). O Senhor nos dá uma grande lição a respeito de sermos um testemunho vivo ao dizer que “quem fala por si mesmo busca sua própria glória, mas aquele que busca a glória de quem o enviou, este é verdadeiro; não há nada de falso ao seu respeito (João 7:18). Que lição. A maturidade de um homem é medida pelo caráter, enquanto a popularidade é medida pela imagem.

Não se engane que isso é um problema somente dentro da Igreja. Existe um espírito de popularidade que domina nossa cultura. Apesar de termos aprendido desde  crianças a valorizá-lo, o espírito de querer ser alguém popular não agrada a Deus. Ele pode nos tornar conhecidos ou não na terra se for de Sua vontade. Temos apenas que obedecê-lo. Muitas vezes isso não é fácil. Para acelerar o processo, o homem é tentado a ajudá-lo nesta tarefa se auto promovendo através de ferramentas midiáticas hoje ao nosso alcance com o velho jargão “é para glória de Deus” quando na verdade é para satisfazer seu próprio ego para ser visto pelos outros como um homem de Deus ‘tremendamente’ usado.

Certa vez ajudei a contratar um famoso cantor ‘gospel’ no ano de 2008, depois de um ano de conversão, pela igreja que fazia parte para ‘ministrar’ na cidade de Taboão da Serra com o cachê de R$ 18 mil reais mais despesas para a ‘glória de Deus’. Para mim isso era normal, já que estava acostumado a fazer no Show Business. Cobramos entrada para entrar dinheiro suficiente para pagar os custos e o que sobrasasse (o que não aconteceu) ficaria para a igreja. O saldo, claro, foi prejuízo e o cantor saiu feliz da vida com sorriso no rosto depois de ministrar e levar o dinheiro para casa. Depois nos perguntávamos: “O que saiu de errado? Não foi para Deus? Se foi para Ele nada poderia dar errado, afinal tínhamos intercessores expulsando todo tipo de demônio contrário ao evento. Foi porque não tivemos o apoio de outras igrejas? Não era para a glória de Deus? Ele foi glorificado? Pessoas realmente foram salvas? Transformadas?” Claro que anos mais tarde me arrependi dessa visão errada de querer ganhar dinheiro as custas da igreja ao invés de investir em formação de líderes e enviá-los ao campo missionário.

Aprendi uma grande lição cometendo esse erro. Nem tudo que fazemos para Deus é para Sua glória. Muitas vezes fazemos algo para Deus apenas para satisfazer uma necessidade prazerosa, bem como aproveitar a popularidade e lucrar em cima disso. Isso é uma intenção errada em nosso coração. Ainda ajudamos a promover e alimentar esse espírito de popularidade egocêntrico dentro desse mercado. O Senhor abriu meus olhos para o verdadeiro sentido da graça de honrar e ofertar enquanto foi tempo, que líderes de denominações substituíram para a lei de cobrar para cantar e pregar.  Afinal, se tem quem cobre, tem quem pague. Não vamos ser parciais!

Hoje, tantas pessoas me perguntam como elas podem começar ou entrar no ministério de música. Em shows eu recebo inúmeras perguntas sobre isso, e eu recebo milhares de cartas e até algumas ligações de longa distância de pessoas que sentem que são chamadas apenas para o “ministério de música”. Um dia eu comecei a me perguntar porque somente poucas pessoas já me perguntaram como se tornar um missionário, ou até um pregador de rua, ou como discipular um novo convertido. Parece que todos preferem os holofotes do que eles acham que ministério de música deva ser ao invés da lama e obscuridade do campo missionário ou das ruas do gueto ou até a doce verdade espiritual de ser um ninguém que o Senhor usa poderosamente em pequenas coisas do dia-a-dia. Minha resposta a pergunta deles é sempre a mesma. “Você está desejando nunca mais tocar novamente? Você está desejando ser um ninguém? Você está desejando ir pra qualquer lugar e fazer qualquer coisa para Cristo? Você está desejando ficar onde está e permitir que o Senhor faça grandes coisas através de você, mesmo que ninguém nunca veja nada?” Todos parecem responder cada uma dessas perguntas com um rápido “Sim”! Mas eu realmente duvido do que suas respostas dizem. Keith Green

Sejamos sinceros, somos tentados constantemente em querer aparecer para receber elogios e aprovação. Não é mesmo? Certa vez um amigo compartilhou comigo que uma cantora ‘gospel’ famosa falou de púlpito que estava planejando gravar um CD/DVD ao vivo no Maracanã porque “se Ivete Sangalo fez, também posso fazer. Afinal, temos que fazer o melhor para Deus. Temos que fazer tudo com excelência para glória de Deus. Não é mesmo”? Longe disso! Oro para que você que esteja lendo esse texto, não seja como a Igreja de Laodicéia. Não se iluda com fogo estranho. Não seja morna suas obras a ponto do Senhor vomitá-la. Não se apegue as riquezas. Não se amolde ao padrão desse mundo.

Que em nossa oração, sempre exista essa sondagem em nosso coração: “É o Senhor mesmo que está falando comigo para fazer isso ou sou eu mesmo querendo fazer isso para satisfazer uma necessidade egocêntrica do meu coração? Afasta de mim toda e qualquer vontade própria do meu coração para não cobiçar as coisas e gastar em meus prazeres. Quero ser inimigo do mundo e amigo de Deus.

Robertt Marques

Respostas de 16

  1. Amém, acho que hoje o maior perigo do homem é ele mesmo, de consegui discernir quando o “eu” toma conta, pois sabemos que nosso eu morreu junto com Cristo, para que Cristo nasça em nós, para que o que Paulo disse em Gálatas 2:20 se cumpra, o quão difícil notícias de hoje é encontrar pessoas assim é falo de mim mesmo, quantas vezes não me fiz essa pergunta será que fiz isso para que Deus fosse glorificado ou foi para as pessoas me verem, acho que é uma das coisas mais difíceis e importantes que devemos fazer matar o nosso eu, para que Deus seja sempre glorificado.

  2. Muito boa essa palavra. Para quem vai iniciar um ministério ou já tem um,o mais importante de tudo é saber que é Deus quem da o crescimento. Deus plantou em nossas vidas seus sonhos, nos regamos mas é Ele quem da o crescimento, e não através de nossas forças. E a unica forma de nos regarmos o sonhos de Deus em nossas vidas é com jejum, oração, leitura da palavra e a colocá-la em pratica

  3. Quando estamos na igreja todos dizem amém na pregação, batem palmas no louvor ,são gentis,amáveis .O exterior do homem é do lado de fora,e percebe-se que há uma preocupação ainda destes fatores.O interior é por dentro,onde Deus cuida da alma e do e espirito.No entanto a maioria das igrejas estão almejando muitas coisas materiais e se distanciando das espirituais.Mesmo nas intercessões profetas se levantam e falam dá o recado de Deus que na sua infinita misericóridia ,os que houve caminham na luta para as mudanças espirituais, os que não ouvem continuam usando o púlpito até mesmo por interesses próprios.

  4. Amém, bela palavra, me identifiquei bastante, sempre reflito sobre isso, peço que Deus me esvazie de mim e me encha do Teu santo espírito.

  5. Mensagem encorajadora que com certeza fala ao coração de quem vê a mensagem de Cristo sendo deturpada e mal empregada apenas por interesse do homem indigno.
    Deus procura pessoas que O adorem em espírito e em verdade, e no ramo artístico, está em busca de pessoas interessadas em promover a Santa Obra, pessoas que verdadeiramente entendem que não vale a pena lutar por ou proclamar qualquer causa senão o grande amor do Pai.
    Nas congregações e igrejas atuais, é muito comum observarmos pessoas que são facilmente levadas pelos seus próprios ou sentimentos de terceiros, fazendo coisas que não são do agrado de Deus. As causas são variadas, e vão desde a falta de conhecimento até a intenção de agir de má fé, em busca de satisfazer os próprios anseios. De qualquer maneira, a bíblia nos revela qual é a doce e perfeita vontade do Pai, e negligenciar as instruções nela contidas com relação à adoração significa dizer que somos auto-suficientes em nossas decisões quando o assunto é contribuir para o crescimento do Reino de Cristo. Esta atitude egoísta está entranhada na comunidade dita “gospel”, aqui, fazendo referência principalmente ao cenário nacional, onde há uma gama de artistas que visam lucros as custas da movimentação gerada em nome da fé.
    Como corpo de Cristo, precisamos cada dia mais conhecermos do Espírito Santo, pois quando temos os nossos olhos esclarecidos e nossos caminhos corrigidos por Ele, somos conduzidos a adorar e anelar a Sua presença. A nossa vida dentro e fora da igreja precisa guiada pelos ensinamentos deixados pelo Mestre, uma vez que quando possuímos a sabedoria do Espirito Santo e a aliamos ao conhecimento das escrituras, nos tornamos capazes de distinguir o joio do trigo, aqueles que são adoradores em essência dos que executam suas artes sem esvaziar-se de si mesmos.

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