O Valor da Oferta
Nessa segunda parte, da nossa série sobre Mordomia Cristã, vamos ler o texto de Ml 1:6-10. O que Deus nos ensina neste texto é claro: se você não pode ofertar com honra, é melhor não ofertar nada. Ele prefere que as portas do templo sejam fechadas a que Sua presença seja desonrada. É como acender o fogo do altar em vão. Em outras palavras, uma oferta sem honra pode até ter preço, mas não tem valor diante de Deus.
O Propósito da Oferta
Muitas vezes, aprendemos que o propósito dos dízimos e das ofertas é a manutenção da casa de Deus, como a estrutura física e o pagamento de contas. No entanto, essa manutenção é apenas uma consequência, não o propósito principal. O verdadeiro propósito é ofertar com o coração correto, cheio de fé e honra.
Embora seja importante saber o destino da oferta, o que mais importa é a motivação do nosso coração. Focar exclusivamente no uso dos recursos, muitas vezes, reflete um coração corrompido, egoísta e avarento.
Deus Olha o Coração
Deus não quer apenas a oferta; Ele deseja o coração do ofertante. Como vemos no relato de Caim e Abel (Gênesis 4), Deus aceitou primeiro Abel e depois sua oferta. Da mesma forma, rejeitou Caim e sua oferta porque o coração de Caim era mau no momento da entrega. Não é apenas o ato de ofertar que agrada a Deus, mas a forma como é feito.
O Sacrifício no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, o sacrifício era um ritual no qual o povo hebreu oferecia a Deus o sangue ou a carne de um animal como substituto pelo pagamento do pecado. Sua origem remonta ao Jardim do Éden, logo após a queda do homem.
Abel foi pastor de ovelhas, enquanto Caim era agricultor. O que agradou a Deus na oferta de Abel não foi o derramamento de sangue, mas o coração com que ele ofertou. Já Caim, embora tenha trazido frutos, teve sua oferta rejeitada porque sua motivação era errada.
Ofertar é Adorar
Quando Noé saiu da arca, a primeira coisa que fez foi levantar um altar e sacrificar animais ao Senhor (Gênesis 8:20-22). Deus não se agradou do sacrifício por precisar de carne ou sangue, mas porque ele simbolizava o reconhecimento da pecaminosidade humana e da soberania divina.
Além disso, encontramos exemplos de sacrifícios de alimentos (Levítico 3:11; 22:7), que também eram gestos simbólicos de adoração e gratidão. Esses atos apontavam para o sacrifício perfeito e definitivo de Jesus Cristo, que pagaria pelos pecados de toda a humanidade (Hebreus 10:1-18).
O Cordeiro Perfeito
Conforme as exigências divinas, o animal sacrificado deveria ser perfeito, sem defeito e em boa condição. Isso simbolizava a necessidade de um substituto perfeito para redimir os pecados do ofertante.
Esse conceito apontava para Jesus, o verdadeiro Cordeiro de Deus (João 1:29), que levou sobre si o pecado do mundo. Após a escolha do animal, o ofertante colocava suas mãos sobre sua cabeça, transferindo simbolicamente sua culpa. O animal, então, recebia a punição em seu lugar.
Jesus cumpriu esse papel como o sacrifício perfeito, pagando uma dívida que não podíamos quitar e realizando a redenção completa do povo de Deus.
A Oferta da Viúva
No episódio narrado em Lucas 21:1-4, Jesus observa as contribuições feitas ao templo:
- Ele viu os ricos ofertando grandes valores.
- Também viu uma viúva pobre colocando duas pequenas moedas.
- Então declarou:
“Afirmo-lhes que esta viúva pobre deu mais do que todos os outros. Pois todos esses deram do que lhes sobrava, mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver.”
Essa passagem ensina que a verdadeira oferta não se mede pela quantidade, mas pela motivação do coração. Os ricos davam do que lhes sobrava, enquanto a viúva ofertou tudo o que tinha, demonstrando honra e confiança em Deus.
Conclusão: Honra e Coração
Ofertar é muito mais do que um ato material; é um gesto espiritual que reflete nossa fé, adoração e amor ao Senhor. Deus não se importa com o valor absoluto da oferta, mas com o coração que a acompanha. Como a viúva pobre, somos chamados a dar com honra e fé, reconhecendo que tudo o que temos vem do Senhor.
Portanto, ao ofertar, lembre-se de que o mais importante não é o preço, mas o valor espiritual da entrega. Deus aceita o ofertante antes de aceitar a oferta.