A Relação do Pastor e Ovelha.
Primeiramente, Jesus encontrou na relação entre pastor e ovelha, a melhor analogia para ensinar sobre o relacionamento da liderança no cuidado e discipulado da igreja. Do mesmo modo, o pastor protege e livra as ovelhas dos lobos que desejam roubá-las, matá-las e destruí-las. O bom pastor usa um cajado para afastar e impedir com que os lobos as ataquem, assim também mantém as ovelhas no caminho certo. Por isso, quando o pastor chama as suas ovelhas para entrarem no aprisco, elas ouvem, reconhecem e obedecem a sua voz. Ao mesmo tempo, o fruto da comunhão é gerado entre si. Ainda mais, Jesus ensina que o lobo é um mercenário. Por isso, que ele não se submete a autoridade pastoral. Não se aproxima para ser discipulado porque não aceita o confronto com amor. Ainda mais falamos muito sobre esse assunto na Escola Awaken presencial.
Diferença entre afronta e confronto
Há uma diferença entre afronta e confronto. Afronta gera condenação e julgamento, logo o confronto gera amor, perdão e fé. A liderança humana é muito mais do que cristãos qualificados que possuem um cargo ou um talento excepcional. Mesmo que essas características sejam importantes. Alguém que sente vocacionado, precisa ser capacitado em todos os sentidos para atender e servir as pessoas em suas necessidades. Enquanto seguem a Jesus, encorajam outras pessoas a segui-lo também. Para que haja uma saúde espiritual, os líderes da igreja precisam ser boas ovelhas, que obedecem o Pastor Principal Jesus, antes mesmo de serem comissionados a pastores conduzindo qualquer uma de suas ovelhas. Jesus deixou claro ao perguntar a Simão Pedro por três vezes: “Simão, filho de João, tu me amas?” E Pedro respondeu as três vezes: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. E as três vezes Jesus respondeu: “apascente as minhas ovelhas” (Jo 21:15-17).
De ovelha para pastor
Antes de mais nada, se não aprender a ser uma boa ovelha, não estará apto para ser um bom pastor. A liderança precisa exercer autoridade não pelo cargo que possui, mas pela influência do caráter de Cristo dentro de cada um. É isso que em grande parte, o apóstolo Paulo disse aos cristãos das igrejas locais para que fossem “meus imitadores como eu sou de Cristo” (1 Co 11:1). Paulo encoraja os cristãos a segui-lo, enquanto ele mesmo segue a Jesus. Ele influenciava pelo exemplo que desempenhava e não pela função que tinha. Primeiramente, antes de ser um bom pastor para as diferentes igrejas que existiam na época, Paulo foi uma boa ovelha que ouvia e obedecia os ensinamentos de Jesus, o bom pastor. O chamado para liderança não é uma profissão, mas sim uma vocação gerada pelo Espírito Santo no coração do homem.
Características da Relação do Pastor e Ovelha
Em linguagem figurada, o Antigo Testamento apresenta Deus como o Pastor líder de Israel (Sl 80:1; Ez 34:14). O Novo Testamento fala de Jesus como bom pastor que deu a vida por suas ovelhas (Jo 10:11).
Abel foi o primeiro pastor mencionado na Bíblia (Gn 4:2). Reis que governaram Israel (Jr 6:3; 49:19) e alguns líderes também são chamados pastores (Jr 23:4).
Os filhos de Abraão, Isaque e Jacó cuidavam de ovelhas (Gn 13:7; 26:20; 30:36). Raquel era pastora (Gn 29:3). Davi (2Sm 5:2; Sl 78:70-72), Moisés (Ex 3:1) e Amós (Am 1:1) obtiveram uma excelente preparação para assumir cargos de liderança cuidando de rebanhos.
Jesus, o bom pastor. Os líderes religiosos na época de Jesus foram convocados pelo rei Herodes a respeito de onde deveria nascer o Cristo. E a resposta deles foi: Em Belém da Judeia; pois assim escreveu o profeta: “Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor em meio às principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como pastor, conduzirá Israel, o meu povo”. Mt 2:6
A vida de Jesus exemplifica essas características de liderança. Ele conhece as suas ovelhas intimamente (Jo 10:3-5). As ovelhas conhecem a voz do pastor e respondem imediatamente.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Jo 10:27
Às vezes os pastores lançavam seu cajado nos animais mais teimosos que se desgarravam do rebanho e se recusavam a ouvir seu chamado. Algumas vezes os pastores gentilmente tocavam as ovelhas que se desviavam do caminho com seu cajado de quase dois metros de comprimento, torcido em uma das extremidades. Tanto a vara como o cajado serviam para proteger as ovelhas (Sl 23:4).
A presença do pastor também oferecia consolo ao rebanho.
Davi reconheceu isso no Salmo 23. As ovelhas ficam contentes apenas de estar no campo, junto com o pastor. Da mesma forma, os cristãos são consolados pela presença do Senhor. Esse pensamento é bastante confortante diante das provações. Jesus é a porta. Nada pode nos fazer mal sem antes passar por ele. Essa é uma imagem perfeita do pastor, que literalmente se tornava a porta do aprisco. Ele se encolhia na entrada de uma caverna, colocando seu corpo entre as ovelhas que dormiam e os animais selvagens ou ladrões.
No Novo Testamento, a palavra refere-se ao provedor, protetor e guia de uma parte do povo de Deus. Ao falar dos guias espirituais, o apóstolo Paulo escreveu que Cristo “concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4:11). Naquela época da história da igreja, o termo “pastor” ainda não era usado como título. Significava o cuidado e a atenção destinados ao povo de Deus.
Um dia Jesus, o grande Pastor, irá retornar, reunirá todo seu rebanho em um único aprisco e separará as ovelhas dos bodes (Mt 25:31-33). Enquanto esse dia não chega, Jesus continua a busca por todas as ovelhas perdidas (Mt 18:12-14). Suas ovelhas devem se submeter a ele para serem úteis ao reino de Deus até finalmente poderem habitar “na Casa do Senhor para todo o sempre” (Sl 23:6).
Por: Robertt Marques